Em 2009, quando eu
estava no 2° ano do Ensino Médio, comecei a apresentar alguns sintomas que me
preocuparam e que chamaram a minha atenção e dos meus pais. Regularmente eu
passava mal: tinha fraqueza, tontura, enjôo e sensação de desmaio. Pensávamos
que era pressão baixa, então me acostumei a andar com pacotinhos de sal na
bolsa para essas emergências, e meus familiares e amigos tomavam a mesma
providência quando me viam naquele estado. Acontece que esse mal estar começou
a ficar mais freqüente, e virou uma rotina. Todos os dias eu me sentia daquele
jeito pelo menos uma vez, mas podia ser duas, três, quatro... Ia parar no
ambulatório da escola e tinha que ir para casa.
Até que um dia, em
uma viagem do colégio, me senti realmente muito mal, pior do que costumava ser.
Um monitor teve que me ajudar a chegar até o ônibus, e me deram muito sal,
amendoim, etc, para minha pressão subir. Fiquei muito pálida, e não melhorava
nunca. Deve ter durado umas 3 horas. Quando chegamos a São Paulo, meus pais
decidiram procurar um médico que pudesse checar o que acontecia comigo. Fui
encaminhada ao endocrinologista que acompanha minha família. Foi então que ele
suspeitou que eu pudesse estar com alguma alteração na glicose, e pediu o exame
curva glicêmica. Tive que fazer dois até chegar ao resultado. Para quem não
sabe, este exame é meio chatinho: a pessoa vai até o laboratório e, dependendo
do tempo que o médico solicitou, fica colhendo sangue. No meu caso fiz de 2
horas primeiro, e depois de 4. Ou seja, a cada meia hora, num período de 4
horas, um enfermeiro colhia alguns tubos de sangue. No exame de 4 horas, a
colheita é feita 9 vezes.
Quando o resultado
saiu, percebi que tudo o que eu fazia até então estava errado. O médico
detectou que eu sofria alterações nos níveis de glicose, e que deveria
controlar a minha alimentação. O que acontecia é que, quando eu comia alguma
coisa doce ou algum carboidrato, minha glicose subia e de repente tinha uma
queda. Era no momento dessa queda que eu tinha aqueles sintomas: ficava pálida,
tonta, fraca, etc. Ao invés de comer sal, eu precisava de açúcar! Funciona mais
ou menos como uma diabetes.
Mas, para evitar esse
tipo de situação, o médico me orientou a mudar meus hábitos alimentares. Então
ele me disse que eu deveria reduzir e quase banir os doces e os carboidratos
das minhas refeições. Também deveria optar por produtos integrais, que demoram
mais tempo para serem digeridos no organismo. Disse ainda que eu deveria me
alimentar de 3 em 3 horas. Foi terrível, mudei muita coisa no meu dia-a-dia,
eliminei muitos alimentos do meu cardápio – desde pão e pizza até chocolates e
outros doces. Eu, que era totalmente viciada em chocolate, me vi obrigada a
cortar esse prazer, haha.
Comprei um monte de
barrinha de cereais, pão integral, iogurte sem açúcar, aparelho de medir glicose,
etc. Mas o doce me fez muita falta. Foi a partir daí que conheci uma forma de
vida totalmente diferente. Não sou nem nunca fui uma diabética, mas minhas
condições eram e ainda são semelhantes. Para suprir essa minha necessidade de
doce, passei a procurar por produtos dietéticos – sem adição de açúcar. Nessa
busca vi o quão difícil é não poder comer o que se quer, e ter que se sujeitar
a alimentos que, na maioria das vezes, são ruins.
Sim, há uma grande
dificuldade em encontrar no mercado um produto diet de qualidade. Tentei muitas
marcas, muitos tipos, e vejo que a indústria alimentícia ainda está em falta
com os diabéticos. Imagina então há 10, 20 anos. Devia ser complicadíssimo. As
alternativas são poucas, muitas vezes é melhor ficar sem o doce do que comer um
diet ruim. Os chocolates são enjoativos, não existe variedade de sabor, é
sempre ao leite e branco, e olhe lá! Quando vou a alguma loja, dizem que “está
em falta”. Por isso, nesse tempo que passei experimentando esses sabores, achei
que fosse válido prestar um serviço de utilidade pública aqui no meu espaço de
idéias, haha. Acho bacana compartilhar experiências e saber também o que os
outros têm a dizer. Vou listar aqui os produtos e estabelecimentos que conheci
e que eu realmente indico, e os que eu não aprovo.
1 – Kopenhagen
Quando se fala em
chocolate, e chocolate bom, associamos à Kopenhagem. Eu simplesmente amo os
chocolates tradicionais de lá, e pensava gostar de todos os produtos da rede.
Até provar o diet. Tive a oportunidade de “apreciar” os dois únicos tipos que
são vendidos: língua de gato e barrinha ao leite. Caríssimos, claro, e
horríveis. Muito enjoativos, têm uma textura péssima e não dá vontade de comer.
Não indico.
2 – Amor aos Pedaços
Também curto muito os
doces de lá, apesar de achá-los caros. Decidi me aventurar nos dietéticos da
marca por indicação de alguém, acho que da minha avó. Já provei: as gotinhas de
chocolate – que são boas, mas para comer uns 2 pacotinhos (depois enjoa); a
torta mousse de chocolate – que é gostosa, mas também enjoativa; a torta de
cookie – que é meio enjoativa; o sorvete de mousse de chocolate – este sim é
muito gostoso e não deixa a desejar; e um suflê que a moça até esquentou para
mim e que parece um petit gateau – gostoso, comam com o sorvete de mousse. O
problema da Amor aos Pedaços é a falta de produtos na loja. No site eles
anunciam um monte de coisas da linha 0% de açúcar, mas se você chega lá e pede,
eles têm muito pouco a oferecer. Já reclamei no SAC e eles disseram ter providenciado,
mas quando fui lá não encontrei nada do mesmo jeito.
3 – Ofner
Assim como a
Kopenhagen, a Ofner normalmente apresenta produtos de ótima qualidade, e eu amo
a marca. Mas, para falar bem a verdade, a linha diet não chama muito a atenção.
Deles eu só comi o chocolate (ao leite, claro) e não achei nada de especial. É
gostosinho, mas logo enjoa. Acho que vale a pena experimentar e tirar suas
próprias conclusões, haha.
4 – Cacau Show
Aí sim tive uma
grande surpresa. Não costumo comprar nas lojas da Cacau Show porque nunca curti
muito os chocolates tradicionais. Até que me disseram que a linha diet era
gostosa, e decidi provar. De verdade, adorei! Acredito que, de todas as marcas,
seja a que eu mais consuma. Sempre compro as barrinhas e os bombons. Acho o
máximo porque eles têm a barrinha ao leite, branca, e a de castanha. Sentia
muita falta disso porque adoro castanha e quase nenhuma marca tem. As trufas
são gostosinhas também, mas fico com a barrinha de castanha e com o bom-bom,
também de castanha – é uma delícia!. Só não curto muito a barrinha branca.
Nessa a Cacau Show ganhou pontos comigo: chocolates diet. Super recomendo!
5 – Tradicionais, de mercado (Nestlé, Garoto...)
Nunca botei muita fé
nessas marcas tradicionais, porque se nem as mais “sofisticadas” dão conta de
produzir dietéticos de qualidade, imagina a Garoto, por exemplo. De fato, o
Alpino (Nestlé) não é tão gostoso, mas dá pra comer. Sinceramente, é melhor que
o da Kopenhagem. Mas indico mesmo o Talento, da Garoto. É gostoso, não é tão
enjoativo, barato (não como os tradicionais) e na medida certa. Eu gosto.
Dessas marcas que ficam na sessão de Diets eu não gosto.
5 – Day by diet
Essa é uma marca que
não vende em todo lugar. Encontro mais em lojas de congelados. Eu gosto. Não de
tudo, claro, mas gosto. O pé de moleque é sensacional, vale a pena provar. Se
entrar no site deles, indica o endereço da loja, mas dá pra encontrar em outros
pontos de venda. O pudim de leite não gostei muito não, já da bomba de
chocolate, eu gostei. O negócio é ir experimentando.
6 – Picolé
Pois é, esse é meu
atual drama. Kibom, Nestlé, Garoto, Rochinha: ninguém está nem aí pra quem não
pode comer doce, essa é a verdade. O máximo que você vai encontrar de picolé
diet é o Molico de Frutas Vermelhas ou Frutas Amarelas. E quem não gosta de
nenhuma dessas opções? Não come. Fica vendo os outros tomarem sorvete. Pra não
dizer que não gosto sem antes provar, decidi comprar o de frutas vermelhas. Pra
quem gosta deve até ser bom, mas achei bem azedo. Podiam fazer de coco,
chocolate, etc, né?! Não, não tem. Se alguém souber se algum picolé diet
gostoso, por favor, me avise. Sorvete de massa tem nessas sorveterias maiores.
O da Ofner é gostoso, o da Amor aos Pedaços também, como já mencionei.
7 – Marca FRANKONIA
Esse chocolate, em
minha opinião, é o melhor chocolate diet que existe. Até hoje não provei nenhum
que fosse melhor. Minha mãe foi quem encontrou, em uma loja de produtos
naturais perto da minha casa. A loja é ÓTIMA, e chama Stile di Vita. Gosto tanto que vou até passar o site, quem tiver
condições de conhecer, eu super recomendo: http://www.stiledivita.com.br/.
Essa é uma marca
alemã e essa barra que eu gosto é de avelã, mas existem outras opções. Vale
muito a pena, mesmo sendo caro. Tem que apreciar e comer com moderação, haha.
Indico muito, eu amo.
8 – Lindt
Aquele Lindt de
embalagem azul, acho que de avelã, é meu chocolate favorito. Pena que não é
diet, haha. Mas, pesquisando muito na internet, descobri que a marca tem também
chocolate diet, e fiquei enlouquecida, haha. Um amigo da minha mãe viajou para
os Estados Unidos e tratei logo de encomendar. Ele me trouxe 3 barras do Lindt
ao leite diet. De fato, não é tão bom quanto o tradicional, mas é bem
gostosinho. Suave, não enjoa tanto. Quem tiver a oportunidade, vale a pena
experimentar. Mas ainda assim perde pro chocolate anterior (n° 7), rs.
9 – Café da Manhã
Algumas mudanças
foram sendo feitas, e uma delas foi no café da manhã. Como preciso tomar leite,
e costumava tomar com Nescau, depois que tive esse problema de glicose, adotei
o achocolatado New Choco. É gostoso, rende bastante e vende no mercado comum.
Nem dá pra notar a diferença. Junto, ao invés do açúcar, coloco adoçante. Suco
também pode, porque o açúcar da fruta é diferente. Uma coisa que meu médico
disse, é que quando se trata de vitamina de frutas, o correto é não usar muitos
tipos de fruta, colocar só umas duas. Caso contrário, a vitamina fica muito
doce e pode ser prejudicial. Eu odeio, mas pra quem toma... hahaha.
O pão, como já disse,
é integral ou um light da Pulman que não tem açúcar. Tem que conferir no verso
da embalagem a composição dos alimentos! Hoje também existe bolo de caixinha
diet, da marca SOL. Não custa tentar...
Costumo evitar pizza,
pão, batata, esfiha, etc, porque são alimentos com carboidrato, que depois vira
açúcar no organismo.
Bom, acho que falei
bastante sobre o tema, e espero ter ajudado aos que precisam viver sem glicose.
O número de pessoas diabéticas no Brasil é altíssimo, e esse dado nem inclui
pessoas que, como eu, não têm diabetes, mas que também não podem ingerir
glicose.
Voltei ao meu médico
há alguns meses e realizei novamente o exame curva glicêmica, que dessa vez não
apontou nenhuma alteração significativa. Mas acho que é sempre bom manter os
hábitos mais saudáveis. O médico disse que eu preciso ainda controlar a
glicose, mas que posso comer um docinho ou outro. Eu evito porque não me faz
bem, mas às vezes eu como, rs.
Não é fácil, e isso
eu entendi na prática. Ser jovem e não poder nem comer um docinho, tomar um
sorvete e ter uma rotina como os outros é complicado, mas aos poucos é possível
estabelecer rotinas e limites. É algo que se aprende no trabalho diário de
dizer “não” e evitar maiores problemas. Aos que são realmente diabéticos, novos
produtos têm surgido e devemos esperar que a indústria avance nesse sentido.
Enquanto isso, o jeito é buscar alternativas para viver, e viver bem, sem
glicose.
Obrigada e tenham uma
ótima semana!









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